terça-feira, 24 de maio de 2011

Adeus Abdias do Nascimento

Abdias do Nascimento


Atendendo a inúmeros pedidos, A bauhaus dedica a postagem de hoje a um lutador. Abdias do Nascimento se foi mas deixou um legado inestimável ao Brasil. Nascido em Franca no ano de 1914, Abdias foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, intelectual de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até ativista do Movimento Negro, ator (criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro) e escultor. Após o exílio entre os anos de 1968 e 1978, se ingressou na vida política sendo Deputado Federal entre os anos de 1983 a 1987 e Senador da República entre os anos de 1997 a 1999. Colaborou para a criação do Movimento Negro Unificado 1978. Em 2006,em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília. É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.

Para nós da Bauhaus gostaríamos de citar um outro lutador para homenagear Abdias, O Ex-presidente da Africa do Sul Nelson Mandela. Aqui em baixo uma poesia que ajudou Mandela na época em que esteve preso e sem dúvida ilustra muito bem Abdias.


                                Invictus
(Título Original: "Invictus")


Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

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