quinta-feira, 27 de julho de 2017

Nota sobre maus tratos.

NOTA SOBRE A MORTE DO MÚSICO MARIO TRAVASSOS NA CLINICA DA GAVEA



Mario Travassos, 39 anos,  faleceu no dia 14/07/2017, na Clínica da Gávea, no Rio de Janeiro, “especializada em transtornos psiquiátricos”, em menos de 24 horas após a sua internação.
Consta que ele lá se internou por vontade própria, transferido do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, por sugestão da equipe médica, e se apresentava fisicamente saudável. Seus parentes e amigos supõem que teria sido vítima de violência, pois seu corpo apresentava afundamentos no crâneo e na face, ausência de dentes e marcas roxas. Sua família relata não ter sido avisada pela Clínica que o corpo teria sido transportado sem identificação, e como indigente para o IML (Instituto Médico Legal) 1.
Essa sequência de fatos torna imperativa uma rigorosa apuração do que causou a morte do músico, e da apuração imediata de todos os fatos que ocorreram desde o momento de seu ingresso nesta clínica.
A única alegação conhecida desta clínica, reportada pela mãe de Mário, é que este tentara fugir e sofrera uma queda 2, o que parece improvável e inaceitável, pela característica singular da internação voluntária, visto que tentativas de evasão são fatos corriqueiros em instituições psiquiátricas, que certamente deveriam estar preparadas para evitá-las, mantendo a segurança e integridade física de seus internos.
Este triste episódio nos faz pensar no recrudescimento da lógica manicomial, e da acelerada perda de direitos, o que nos impõe a reafirmação da radicalidade dos princípios da Luta Antimanicomial. Clínicas privadas ou comunidades terapêuticas não afirmam os princípios da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), em tempos sombrios e de graves violações de direitos das pessoas em sofrimento psíquico e das populações mais vulneráveis. Direitos fundamentais, nenhum passo atrás.
  1. “Foi homicídio”, acusa mãe de músico morto em clínica na Gávea – O Globo digital (RIO) – 18/07/17 (Louise Queiroga e Rodrigo Bertolucci). Acessado em 20/07/17
  2. Clínica onde músico morreu diz que paciente foi interceptado por equipe médica – O Globo digital (RIO) – 17/07/17. Acessado em 20/07/17
Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro – CRP 05
Sindicato dos Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro – SINDPSI-RJ

E-mail recebido na presente data pelo Sindicato dos Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro 

NOTA DO BLOGUEIRO



Como artista e como psicólogo, fico chocado que até hoje esse tipo de barbárie ainda aconteça. nos dias de hoje. Mais do que nunca, precisamos lutar contra este tipo de violência que se faz com esse tipo de paciente.

Ao ler este e-mail, fico indignado. Mais do que nunca, nós que somos profissionais da área de saúde, precisamos lutar por melhores condições de trabalho para receber melhor esse tipo de cliente.

TODO INDIVÍDUO É SER HUMANO! VAMOS LUTAR POR NÓS E POR ELES!

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