Diretora, Poetisa, Atriz
e Dramaturga na Instituição Cia Língua de Trapo - Escola Popular de Teatro - Ponto
de Cultura, Iara Roccha aceitou concorrer a uma vaga na Câmara de Deputados
Estaduais no Estado do Rio de Janeiro. Irei começar na Bauhaus Cultural, uma série de
entrevistas com Candidatos a Deputados Estaduais. Ela é a primeira.
1)
Por
que quer ser candidata?
IR – Eu aceitei o desafio a ser candidata a Deputada Estadual pelo
PCdoB – RJ pela luta e representação por
mais mulheres na política e principalmente colocar em prática a Plataforma
Cultura Viva de Paz para o Estado do Rio de Janeiro cujo o foco central
é o fortalecimento da Cultura – Educação
e Cidadania por uma Politica Pública de Cultura que descentralize e deselitize
os recursos e verbas da cultura tanto para a capital quanto o interior do
estado entendendo, respeitando e valorizando sua diversidade e suas
especificações.
2)
O
que você iria fazer com o cenário teatral no Rio de Janeiro já que esta abandonado?
IR – o Teatro no estado
do Rio de Janeiro precisa ser valorizado e fomentado. Temos um cenário de
abandono e desprestígio aos muitos e valorosos grupos Teatrais que são
resistência em nosso estado. Penso por exemplo na FetaerJ que luta a mais de décadas pela
preservação e manutenção do grande
Patrimônio que é a A Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes, Rio de
Janeiro, que hoje pertence à Funarte, e foi inaugurada por Paschoal Carlos Magno, em 1965,
para ser um lugar onde jovens e artistas de todo o
país pudessem desfrutar de todas as formas de criação e expressão artística
gratuitamente. A Escola Martins Penna que além de sua importância e qualidade
merece mais investimento para continuar seu importante trabalho na formação de
jovens artistas que amam e se identificam com o fazer teatral em sua mais ampla
forma e significação. O grupo Tá na Rua
que nos oferece reflexão, arte e cultura
engajada através de nosso mestre maior o grande Hamir Hadad. Investir em
orçamento e editais públicos que contemplem grupos teatrais de todo o estado do
Rio e interior, como O Grupo Sócio-Cultural Código, uma associação cultural sem fins lucrativos
fundada em 2007, a partir da Cia Código de Artes Cênicas, formada por jovens
artistas de diversas cidades da Baixada Fluminense que tem como objetivo
principal facilitar o acesso à arte e aos bens culturais aos moradores
da cidade de Japeri -RJ, e tantos
outros.
3)
No
caso de se eleger um outro governandor que não seja do seu partido, como vai
ser a relação política com ele?
IR – Estou muito confiante na coligação do PT
com o PCdoB aqui no Rio de Janeiro. Marcia Tilburi e Leonardo Giordano são dois
potentes candidatos que sabem perfeitamente da urgência de se restabelecer uma
cultura de Paz em nosso estado, que pensam e trabalham pela democratização do
acesso aos bens culturais e a cultura como um direito. Minha missão como
parlamentar será sempre a escuta e o diálogo com todos e todas que assumam seus cargos dentro do
âmbito politico de nosso estado, incluindo o próximo governador.
4)
Quais
são seus projetos para longo prazo?
IR – Penso que na minha
gestão precisaremos dar prioridade a
implementação do PL Lei Cultura Viva. Garantir mais verba para a pasta da
Cultura e firmar parcerias com a secretaria de educação e esportes em nosso
estado. Levar o Cultura Viva para dentro das escolas da rede publica de ensino
tanto municipal quanto estadual será revolucionário. Garantir o acesso ao fazer
artístico e cultural a quem não tem acesso e
dentro das escolas que devem e podem assumir seu caráter de escola integral com atividades
artísticas e lúdicas para a formação de nossos jovens, pobres, periféricos e
favelados em sua maioria. Garantir com isso também a sustentabilidade de
inúmeros pontos de cultura que estão ativos e sem receita para a realização de
novos projetos.
5)
O
Fomento cultrual ainda não foi pago nem pelo governador nem pelo prefeito, como
você acha que você deve lidar com a situação no nosso Estado que é bastante
difícil?.
IR – o Governo do estado, assim como a prefeitura
tem obrigação de prestar contas das
verbas publicas e orçamento já
anteriormente destinadas aos projetos contemplados. Nossa missão é o diálogo e
a sensibilização do cumprimento dessas obrigações. A politica deve ser
ferramenta e instrumento democrático para todas essas questões. A articulação
entre políticos e a sociedade civil organizada devem andar juntas de mãos dadas. Somos representantes do Povo e
eleitos pelo povo, devemos honrar essa condição em defesa dos interesses da
população.
6)
Algum
recado para nossos amigos do teatro e para o povo carioca?
IR – Sim. Meu recado é: “Onde não há cultura a
barbárie impera” A Arte é Política.
Vamos somar forças para mudar o que aí está. Vamos juntos lutar por um
Rio de Paz para todos e todas. Somos o Brasil que pulsa. Somos Cultura Viva.
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