Dias atrás, vi este média metragem produzido pela Psíquico Filmes. A Casa de Xangô é um média metragem dirigido pelo Danilo Morales e que tem no elenco meus camaradas dos filmes Suprema e Inspetor Gallo: Bonny Ribeiro, Simone Sobreda, Rosa Guimarães, Lucilene Dias e Guilherme Gaioso.
Este filme conta a história de uma mulher chamada Simone e tem no candomblé e no samba, sua força para enfrentar os problemas do dia a dia. Ela conhece o grande amor de sua vida. Depois de algum tempo, este príncipe que esta nossa heroína se casou na verdade é um sapo. Através da violência, ele destrói terreiros de macumba e a maltrata dizendo que Jesus é o caminho.
Este tipo de violência estamos cansados de ver todos os dias. O ataque a centros de Umbanda e Candomblé tem sido muito frequentes no nosso país bem como a violência contra a mulher. A cada duas horas, uma mulher é morta vítima de maus tratos dos próprios companheiros. Um dos motivos seria a questão da violência religiosa presente neste filme.
Novamente, torno a falar sobre a Banalidade do Mal o qual Hanna Arendt fala muito bem. O caso de um querer mostrar mais "força" que o outro, é algo muito presente na nossa cultura. Em outras palavras: Este pensamento descreve a capacidade de pessoas comuns cometerem atos terríveis não por serem intrinsecamente más, mas por meio da incapacidade de pensar criticamente, seguindo ordens e burocracia sem questionamento. Arendt desenvolveu a ideia ao cobrir o julgamento de Adolf Eichmann, percebendo que ele não era um demónio, mas um burocrata que apenas cumpria ordens, banalizando o mal através da ausência de reflexão.
Não podemos esquecer que a questão da violência patriarcal está presente no Inconsciente Coletivo o qual é a capacidade mais profunda da psique humana que contém experiências e padrões herdados, comuns a toda a humanidade, não sendo herdado a vivências individuais, mas sim uma herança psicológica ancestral transmitida através de gerações.
(Ler Jung, Vida e Obra de Nise da Silveira)
Convido todos a lerem Casa Grande e Senzala. Nele, o autor Gilberto Freire fala da questão do paternalismo onde o grande senhor é quem tem a última palavra. Ele usa seu poder com autoritarismo não só através dos negros escravos e sim também pela família. Todos sabem que ele trai a sua senhora com as negras da senzala. Todos sabem e não fazem nada.
IMAGENS DO FILME
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