Seria mais uma peça de teatro ou mais uma performance ou mais um espetáculo de dança? Se você disse os 3 ao mesmo tempo então você acertou. Ao som de uma voz feminina que fala o trechos do livro O Hospício é Deus de Maura Lopes Cançado, o trabalho artístico feito aqui, viaja para o universo do Manicômio. A autora se internou 19 vezes ao longo de sua vida. Os relatos que esta mulher fala em suas linhas, é algo de se arrepiar. Ela fala sobre os eletrochoques, da Violência física e mental que as internas sofrem, do número estampado nas roupas dessas mulheres não são mais chamadas pelo nome e do abandono do poder público nos hospitais psiquiátricos.
Ao ver este espetáculo, o que vi e senti na dança performática de Danielle de Oliveira e Maria Augusta Monteiro é a necessidade de novamente entrar na luta do Movimento Antimanicomial. Ele se caracteriza na luta pelos direitos dos internos que sofrem Doenças Mentais. Uma luta que não é de hoje e a cada dia que passa sempre deve ser revisto já que existem instituições onde o paciente não é tratado e sim jogado no canto.
Gostaria de dar meus parabéns ao trabalho de direção de Ivan Sugahara e aos Projeto Trajetórias e O Corpo Rastreado. A cada dia que passa, eles me surpreendem com sua força crítica.
Anote aí:
Uma mulher ao sol
Temporada: De 02 de março a 30 de abril de 2023
Teatro Poeirinha: Rua São João Batista, 104 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2537-8053
Dias e horários: quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
Lotação: 41 pessoas
Duração: 1h20
Classificação: 16 anos
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