Ao lado de Alexandre Henry, ele foi um dos roteirista do longa metragem Fé em Deus. Edi Wilson Marquez conversou com a Bauhaus Cultural. Ele além de fazer parte na equipe de roteiro deste filme, ele também esta ajudando o Alexandre na série Horas de Fúria. Confira comigo esta entrevista.
BC: Como foi
ajudar a escrever este roteiro do Fé em Deus?
EW: Um dia, durante
a gravação de um projeto independente, conheci o cineasta Alexandre Henry. A
gente conversou muito sobre cinema e objetivos em comum. Percebi de fato que,
em relação à sétima arte, nossos
objetivos eram idênticos. Faltava para ambos, um trabalho que nos inserisse no
mercado cinematográfico. Nessa época o Henry estava em vias de produzir o seu
longa “Profanadores de Túmulo” e eu em fins de gravação de um longa do qual ele
havia feito uma participação como ator. Alexandre Henry foi para Piraí gravar
seu filme e eu fiquei bolando algo que tivesse o perfil dele. Então veio a
premissa do “Fé em Deus”. Escrevi 37 páginas no mesmo dia, o que correspondia à
primeira fase da trama e enviei a ele por e-mail. Alexandre Henry gostou tanto
que pediu para segurar o roteiro porque ele não só iria produzir, como
enriquecer a narrativa com novos personagens e ações. Por meses essas 37
páginas ficaram guardadas aguardando que ele voltasse. Até que um dia nós nos
falamos por telefone e ele seguiu escrevendo a fase dois. Trabalhamos à
distância, ele escrevia, mandava e eu revisava. Foi uma bela parceria e o
projeto ganhou outras dimensões sob o ponto de vista dele. De certo que não foi
nada fácil fazer esse trabalho, pois, algumas coisas mudavam conforme se ia
rodando o filme e isso implicava
alterações no momento de gravar algumas cenas. Contudo ele é um cineasta
bastante experimentado e conseguiu conduzir o filme sem ter que modificar o
argumento. Na verdade escrevi tanto que já não sou capaz de precisar o que foi, o que está ou o que aguarda para ser produzido. Cinema independente é um processo difícil e lento devido às dificuldades que nos são impostas e falta de investimentos. Mas driblamos alguns desses empecilhos com muita garra e, volta e meia, conseguimos lançar um ou outro projeto.
BC: Além deste
longa, quais filmes você foi roteirista?
EW: Os que me vêm na cabeça no momento, falo dos que
saíram do papel, foram os longas metragens “Sete Chaves e Uma Mensagem” (2018)
com direção de Ale Barcellos; “Atrás da
Cortina” (2019) com direção geral de Marcos Wainberg e direção de cena de Waldo
Piano; “Entre Laços”, ainda em fase de edição pela Three Filmes de Roque
Carvalho, aliás, esse foi o último trabalho do saudoso ator Gilberto
Marmorosch. Alguns curtas bem experimentais como “Reveses” (2016) com direção
de João Filipecki entre tantos outros que não terei como citar sem me alongar
muito.
BC: Além de
roteirista, o que você faz?
EW: Sou
completamente ligado ao cinema. Faço diferentes coisas dentro de um set. Lógico
que não sou especialista em todas as áreas. Minha formação em cinema me dá
autonomia para participar de áreas distintas, mas eu não me atrevo porque
existem profissionais conceituados que se fizeram na prática. Então eu me
preocupo mais em contribuir intelectualmente criando conteúdos para que
possamos nos juntar e ter um trabalho para fazer. Estamos confinados, nada se
move no setor, mas o bom de ser um roteirista é que estamos em movimentos
constantes sem precisar sair do lugar. Nosso trabalho nasce no coração, se desenvolve
na cabeça e é finalizado na tela de um computador. Precisamos de pouco para nos
manter ativos.
BC: Algum
projeto para este ano e o ano que vem?
EW: Eu não paro um
dia sequer e estou, como já disse, em constante movimento. Então tem sempre
algo sendo construído e sendo preparado para juntar meus companheiros e
arregaçar as mangas. Esse ano estamos focados no piloto da nova série da Sphera
Filmes Rio que o Alexandre Henry está pré-produzindo e vai assinar a direção. Trata-se
do piloto premissa da série “Horas de Fúria!” que comecei a escrever em 2015. Após
esse projeto eu ainda pretendo assumir a direção do longa metragem “Lutadores” que
conta a história de um grupo de lutadores de telecatch dos anos 80 e os
bastidores das lutas em que o principal objetivo era divertir o público. Era
tudo armado, tinham os vilões e os mocinhos e o bem sempre vencia. Mas isso vai
ficar para 2021. Lógico que a Sphera Filmes Rio vai assumir a produção e o
Alexandre Henry a direção geral. Alguns nomes para integrar o elenco já estão
na minha cabeça como Fábio Arruda, Boone Endlich, Jorge Coelho, Mag Schneider
Danton Lisboa, Julyo Artaniel, Alan Viana, Paulo Fernandes e outros que sempre apoiam
a mim e ao Alexandre Henry, mas tudo ainda não passa de um desejo.
BC: Uma mensagem
para os fãs da Bauhaus Cultural.
EW: Aos agraciados
leitores da Bauhaus Cultural, eu deixo uma mensagem positiva e entusiasmada
para que acreditem sempre que o mundo vai se tornar um lugar melhor e mais
justo. Todos os dias eu mentalizo dessa forma e isso me mantém otimista. Com
tantas restrições que nos foram impostas, apeguem-se à leitura, aos produtos
audiovisuais que estão disponíveis e principalmente à família. A soma de tudo
isso traz equilíbrio do corpo e da alma. Tudo vai passar e esses momentos são
apenas um aprendizado pelo qual nenhum de nós jamais passou. Paz e luz.
NÃO SE ESQUEÇA:
FÉ EM DEUS
Dia 20 de Novembro
Local: Cine Odeon. 21 horas.
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