quinta-feira, 11 de junho de 2020

Entrevista com Edi Wilson Marquez, um dos roteirista do Fé em Deus


Ao lado de Alexandre Henry, ele foi um dos roteirista do longa metragem Fé em Deus. Edi Wilson Marquez conversou com a Bauhaus Cultural. Ele além de fazer parte na equipe de roteiro deste filme, ele também esta ajudando o Alexandre na série Horas de Fúria. Confira comigo esta entrevista. 

BC: Como foi ajudar a escrever este roteiro do Fé em Deus?

EW: Um dia, durante a gravação de um projeto independente, conheci o cineasta Alexandre Henry. A gente conversou muito sobre cinema e objetivos em comum. Percebi de fato que, em  relação à sétima arte, nossos objetivos eram idênticos. Faltava para ambos, um trabalho que nos inserisse no mercado cinematográfico. Nessa época o Henry estava em vias de produzir o seu longa “Profanadores de Túmulo” e eu em fins de gravação de um longa do qual ele havia feito uma participação como ator. Alexandre Henry foi para Piraí gravar seu filme e eu fiquei bolando algo que tivesse o perfil dele. Então veio a premissa do “Fé em Deus”. Escrevi 37 páginas no mesmo dia, o que correspondia à primeira fase da trama e enviei a ele por e-mail. Alexandre Henry gostou tanto que pediu para segurar o roteiro porque ele não só iria produzir, como enriquecer a narrativa com novos personagens e ações. Por meses essas 37 páginas ficaram guardadas aguardando que ele voltasse. Até que um dia nós nos falamos por telefone e ele seguiu escrevendo a fase dois. Trabalhamos à distância, ele escrevia, mandava e eu revisava. Foi uma bela parceria e o projeto ganhou outras dimensões sob o ponto de vista dele. De certo que não foi nada fácil fazer esse trabalho, pois, algumas coisas mudavam conforme se ia rodando o filme e isso implicava  alterações no momento de gravar algumas cenas. Contudo ele é um cineasta bastante experimentado e conseguiu conduzir o filme sem ter que modificar o argumento. Na verdade escrevi tanto que já não sou capaz de precisar o que foi, o que está ou o que aguarda para ser produzido. Cinema independente é um processo difícil e lento devido às dificuldades que nos são impostas e falta de investimentos. Mas driblamos alguns desses empecilhos com muita garra e, volta e meia, conseguimos lançar um ou outro projeto.

BC: Além deste longa, quais filmes você foi roteirista?

 EW: Os que me vêm na cabeça no momento, falo dos que saíram do papel, foram os longas metragens “Sete Chaves e Uma Mensagem” (2018) com direção de Ale Barcellos;  “Atrás da Cortina” (2019) com direção geral de Marcos Wainberg e direção de cena de Waldo Piano; “Entre Laços”, ainda em fase de edição pela Three Filmes de Roque Carvalho, aliás, esse foi o último trabalho do saudoso ator Gilberto Marmorosch. Alguns curtas bem experimentais como “Reveses” (2016) com direção de João Filipecki entre tantos outros que não terei como citar sem me alongar muito.

BC: Além de roteirista, o que você faz?

EW: Sou completamente ligado ao cinema. Faço diferentes coisas dentro de um set. Lógico que não sou especialista em todas as áreas. Minha formação em cinema me dá autonomia para participar de áreas distintas, mas eu não me atrevo porque existem profissionais conceituados que se fizeram na prática. Então eu me preocupo mais em contribuir intelectualmente criando conteúdos para que possamos nos juntar e ter um trabalho para fazer. Estamos confinados, nada se move no setor, mas o bom de ser um roteirista é que estamos em movimentos constantes sem precisar sair do lugar. Nosso trabalho nasce no coração, se desenvolve na cabeça e é finalizado na tela de um computador. Precisamos de pouco para nos manter ativos.

BC: Algum projeto para este ano e o ano que vem?

EW: Eu não paro um dia sequer e estou, como já disse, em constante movimento. Então tem sempre algo sendo construído e sendo preparado para juntar meus companheiros e arregaçar as mangas. Esse ano estamos focados no piloto da nova série da Sphera Filmes Rio que o Alexandre Henry está pré-produzindo e vai assinar a direção. Trata-se do piloto premissa da série “Horas de Fúria!” que comecei a escrever em 2015. Após esse projeto eu ainda pretendo assumir a direção do longa metragem “Lutadores” que conta a história de um grupo de lutadores de telecatch dos anos 80 e os bastidores das lutas em que o principal objetivo era divertir o público. Era tudo armado, tinham os vilões e os mocinhos e o bem sempre vencia. Mas isso vai ficar para 2021. Lógico que a Sphera Filmes Rio vai assumir a produção e o Alexandre Henry a direção geral. Alguns nomes para integrar o elenco já estão na minha cabeça como Fábio Arruda, Boone Endlich, Jorge Coelho, Mag Schneider Danton Lisboa, Julyo Artaniel, Alan Viana, Paulo Fernandes e outros que sempre apoiam a mim e ao Alexandre Henry, mas tudo ainda não passa de um desejo.

BC: Uma mensagem para os fãs da Bauhaus Cultural.

EW: Aos agraciados leitores da Bauhaus Cultural, eu deixo uma mensagem positiva e entusiasmada para que acreditem sempre que o mundo vai se tornar um lugar melhor e mais justo. Todos os dias eu mentalizo dessa forma e isso me mantém otimista. Com tantas restrições que nos foram impostas, apeguem-se à leitura, aos produtos audiovisuais que estão disponíveis e principalmente à família. A soma de tudo isso traz equilíbrio do corpo e da alma. Tudo vai passar e esses momentos são apenas um aprendizado pelo qual nenhum de nós jamais passou. Paz e luz.



NÃO SE ESQUEÇA:



FÉ EM DEUS
Dia 20 de Novembro
Local: Cine Odeon. 21 horas.

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