"O meu encantamento com a performance reside justamente neste paradoxo: ela não obedece a uma forma e, embora se possam detectar alguns dispositivos comuns às ações que se abrigam sob esse nome, seria ingênuo falar sobre uma “técnica” de performance. Ao mesmo tempo, e em decorrência desssa característica aberta, é comum que os artistas de performance sejam confrontados com formulações como “Isso é arte?”, “O que isso significa?”, “O que você quis dizer com isso?” ou “Mas isso até eu faço!”.
Além da irritação ou divertimento que estas frases podem causar, elas carregam uma série de concepções que a performance e a arte contemporânea em geral desestabilizam. O “isso” está pautado no bem fazer, na representação e linearidade do discurso que “quer dizer” algo “através” de algo, na concepção do artista como virtuose e, portanto, situado num patamar superior ao homem comum.
Estas frases nos permitem chegar mais perto não de uma definição, mas de um conjunto no qual a performance opera. Ainda que hajam processos criativos bastante rigorosos (e outros mais maleáveis), performar parece estar ligado a um modo de vida idiossincrático, de reinvenção a partir do sublinhamento daquilo que se entende por normalidade."
Este post foi acessado em 20/01/2012.
Você pode ver o resto em: http://costuradaparadentro.blogspot.com/
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