DIEGO MOLINA LANÇA LIVRO NO RIO DE JANEIRO.
Ontem à noite, na Livraria da Travessa em Botafogo, aconteceu o lançamento do livro do dramaturgo
Diego Molina. Nosso herói conta históriado primeiro Teatro Laboratório do Brasil.
SOBRE O LIVRO por
Rita Leal.
Funarte lança livro
Teatro Duse: o primeiro teatro-laboratório do Brasil
Obra de
Diego Molina mergulha no legado de
Paschoal Carlos Magno, um dos maiores animadores culturais do país no século XX
Um palco pequeno, plateia de 100 lugares, sem bilheteria: um teatro em Santa Teresa, bairro boêmio carioca. Assim era, nos anos 1950, o Teatro Duse, o primeiro teatro-laboratório do Brasil, fruto da ousadia do escritor, diplomata, crítico, diretor, animador cultural e, acima de tudo, incentivador das artes e da cultura Paschoal Carlos Magno (1906-1980).
Entre atuar, dirigir e lecionar, Diego Molina cursou mestrado na UniRio e mergulhou no legado de Paschoal Carlos Magno: um acervo inédito com mais de 25 mil documentos. Foram anos de trabalho – entre pesquisa, entrevistas, redação e revisão. O livro é resultado de uma dissertação de mestrado defendida no Centro de Letras e Artes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (CLA - Unirio) em agosto de 2009, sob a orientação da Professora Dra. Tania Brandão. Anos depois da conclusão da obra, para a sua publicação, o autor fez algumas pequenas modificações no texto – sobretudo atualizando as informações da pesquisa e tirando um pouco do academicismo do texto, para permitir uma leitura mais leve e prazerosa.
A obra parte do acervo pessoal de Paschoal Carlos Magno (Centro de documentação da Funarte), com foco principal no Teatro Duse, criado pelo fundador para ser um espaço de atuação e experimentação teatral – com destaque para a sua Escola de Arte Dramática. Diego Molina analisou também os espetáculos que compunham o Festival do Autor Novo e o diálogo sobre a questão da dramaturgia nacional da década de 1950. O livro é fruto da admiração do autor por Magno: “Ele não é muito conhecido hoje em dia. Morreu em 1980 e, de 1930 até sua morte, foi um dos principais nomes da cultura brasileira”.
O autor entrevistou personalidades ligadas às artes cênicas, caso da saudosa crítica teatral Bárbara Heliodora, e talentos revelados no Teatro Duse, como os atores Othon Bastos, Agildo Ribeiro e Maria Pompeu. Aliás, foram muitos artistas que surgiram ou passaram pelo Teatro Duse, a exemplo dos autores Antonio Callado, Rachel de Queiroz, Hermilo Borba Filho, Francisco Pereira da Silva e Aldo Cavet – que participaram do Festival do Autor – e dos atores Glauce Rocha, Tereza Raquel, Sebastião Vasconcelos, Consuelo Leandro e Joel Barcelos.
Construído na própria residência de Paschoal, o Teatro Duse foi batizado com esse nome em homenagem à reconhecida atriz italiana Eleonora Duse, admirada pelo agitador cultural. O autor de teatro e roteirista Bosco Brasil, que assina o prefácio do livro, explica a relação de Magno com a atriz: “Ouso chamar a própria Eleonora Duse em meu auxílio. Seu nome e de Paschoal Carlos Magno estarão inquebrantavelmente ligados para sempre em nossas mentes”. O dramaturgo lembra que os dois nunca se conheceram e que Paschoal nem sequer viu a artista no palco. Mas explica que a veneração do incitador das artes pela atriz era fervorosa e herdada pelo pai dele, um sensível italiano.
QUEM ESTEVE NA NOITE DE AUTÓGRAFOS:
Na noite estiveram presentes a dramaturga
Luciana Malta além do ator consagrado
Othon Bastos. Othon ficou emocionado ao ver fotos antigas de sua atuação no teatro Duse. Pude ver uma belíssima foto em que ele esta treinando ao lado de
Ruy Guerra.