Atendendo a inúmeros pedidos, A bauhaus dedica a postagem de hoje a um lutador. Abdias do Nascimento se foi mas deixou um legado inestimável ao Brasil. Nascido em Franca no ano de 1914, Abdias foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações
afrodescendentes no
Brasil, intelectual de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento
integralista, passando por atividade de
poeta (com a
Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela
América do Sul), até ativista do
Movimento Negro,
ator (criou em
1944 o Teatro Experimental do Negro) e
escultor. Após o exílio entre os anos de 1968 e 1978, se ingressou na vida política sendo Deputado Federal entre os anos de 1983 a 1987 e Senador da República entre os anos de 1997 a 1999. Colaborou para a criação do Movimento Negro Unificado
1978. Em
2006,em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. Recebeu o título de
Doutor Honoris Causa da
Universidade de Brasília. É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.
Para nós da Bauhaus gostaríamos de citar um outro lutador para homenagear Abdias, O Ex-presidente da Africa do Sul Nelson Mandela. Aqui em baixo uma poesia que ajudou Mandela na época em que esteve preso e sem dúvida ilustra muito bem Abdias.
Invictus
(Título Original: "Invictus")
Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.